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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Bernardino Sena Madureira

Bernardino Sena Madureira
História da família de Bernardino Sena Madureira

Este Blog, tem como objetivo formar uma visão mais realista da saga dos Sena Madureira para os descendentes do Capitão- Mor Bernardino Sena Madureira, nascido em 15 de maio de 1769 Jequiriçá/Bahia e falecido em 02 de junho de 1852 em Valença. 


  
O capitão- mor foi importante figura na luta contra os índios botucudos e defensor atuante na  independência do Brasil. Entre 1822 e 1823, chefiava a fortaleza de Morro de São Paulo que junto com Cachoeira eram pontos estratégico para a retomada de Salvador e a expulsão das tropas portuguesas. Tinha grande influência na região.


Seus filhos varões foram: Comendador Bernardino Sena Madureira que deixou prole ( parece que só foram mulheres), Dr. Casimiro (deputado da Monarquia por três legislaturas, senador suplente, desembargador e pioneiro da estrutura educacional proficionalisante no País). 
Deixou  prole homens e mulher, e Izidro ( formado em medicina) que não deixou prole (Barão de Jequiriçá). Izidro era um capitalista, dentre suas atividades era fazendeiro, sócio de estaleiro e durante décadas maior exportador de dendê (palm oil), além de ter sido muito generoso para com os mais necessitados e com obras de caridade emValença.
As filhas foram: Bernardina Baptista e Balbina Cândida que tiveram educação acadêmica completa,  fato raro para as mulheres na época. Elas estão sepultadas com seu irmão Bernardino  no chão da Igreja do Amparo em Valença.



(nas fotos acima, vemos: O primogênito de mesmo nome, as façadas da casa e a procissão na Igreja do Amparo)


História de Valença
(Baseado em publicação sobre História da Bahia editada pelo Governo baiano)


Antes da chegada dos portugueses ao Brasil, o território do Município era habitado pelos índios Tupiniquins e era freqüentado por estrangeiros por causa dos fabulosos ganhos com pau brasil e demais mercadorias.  Eram europeus e principalmente franceses de Brest e holandeses.  

Em 1535,  D. João III, Rei de Portugal, dividiu o Brasil em Capitanias Hereditárias, suas terras foram incorporadas à Capitania de Ilhéus, sob a jurisdição da Vila de Nossa Senhora do Rosário de Cairú, local onde foi assentado o primeiro povoamento datado em cerca de 1530.
Os índios Aimorés, diferentemente do guaranis, eram guerreiros e pertenciam a raça Gês, que remota ao século XIII da era cristã, e vieram do interior, e inimigo dos tupi e guaranis.

Existe uma teoria que com provas de DNA os botucudos / aimorés são da mesma linha que o fóssil de Luíza achado no estado de Minas Gerais, datado com cerca de 30 mil anos. Caso isto seja verdade, podemos dizem que estes índios tem com berço o continente africano.
O povoamento que surgia em torno da Capela de Nossa Senhora do Amparo, e que deu origem a Valença, novos ataques dos Aimorés levaram a população a ocupar as Ilhas de Tinharé-Cairú-Boipeba e lá formar povoações.
Do outro lado do canal, Valença acabou sendo protegida pela Coroa com permanência de soldados no local, guarnecendo a extração de madeira para construção de navios da armada real e a área desmatada foi sendo ocupada pelas atividades agrícolas, notadamente a mandioca, arroz de veneza, café, pimenta da índia, canela e um numeroso grupo de pequenos cultivos, já na linha das especiarias. 

A origem dos escravos nesta região é diferenciada do recôncavo baiano e bem diferente do restante dos estados, porque vieram na grande maioria do sudoeste do Sudão, os chamado malés com traços árabe, eram de alta envergadura e guerreiros. Alguns vieram do alto Níger e tinham habilidade para o comércio. Depois mesclou com a numerosa vinda de angolanos veio a  a miscigenação existente hoje quase sem traços indígenas.
A Igreja Nossa Senhora do Amparo começou sua construção em torno de 1573  e concluída com numerosas reformas por Bernardino Sena Madureira, filho primogênito do Capitão Mor de mesmo nome,  somente a partir de 1830.

 Encontra-se em mausoléu de marmore branco o patriarca da família falecido em 1852. Seu mausoléu feito de mármore branco, na Igreja do lado lateral direito, e por volta do ano 2000 passou para o espaço de dentro por ser local de roubos e sem policiamento, atualmente, não mais figura as  indicação em bronze como outrora.


As principais reformas feitas por Bernardino foram: duas torres foram agregadas, relógio, sinos, santos e pinturas  e três coroas feitas em ouro maciço.  

 A falta de conservação, de policiamento no local e torpe forma de exploração do turismo em Valença é visível.  Em 8 de novembro é tradição a procissão de Nossa Senhora do Amparo com grande participação popular.

Fato degradante, é que trocaram  o chão antigo por granito novo sem quaisquer prévios estudos e autorização do Iphan. Também, trocaram a lateral e entrada por nova logo após a visita do Iphan.

Voltando a focar na história de Valença.
 O povoado foi elevado à categoria de Vila, em 10.06.1789, dando-lhe o título de Nova Valença.

Em 23.01.1799, foi criada a Vila de Nova Valença do Santíssimo Coração de Jesus, com território desmembrado de Cairú. Nesse mesmo ano, começaram as obras de construção da Igreja do Santíssimo Coração de Jesus, concluída em 1801 e transformada em matriz da freguesia. A matriz fica em uma elevação no centro de Valença.

 Durante o século XVI e XVII a cidade importante na região era Cairú e que tinha jurisdição sobre as demais vilas ou povoados e até Camamú.  Cabe lembrar que Gaspar Tourinho Maciel, trineto de Estevão Gil Tourinho, este irmão de Pero de Campos Tourinho, foi capitão mor em Cairú  até 1677. Gaspar Tourinho Maciel sempre guerreou contra os índios aimorés. Virgílio Tourinho de Pinho casou-se com a filha Mariana de Casimiro Sena Madureira, este filho do Capitão Mor Bernardino Sena Madureira.
O seu crescimento de Valença como porto-estaleiro naval e a pacificação dos índios por bandeirantes liderados pelo paulista João Amaro Maciel Parente e pelos padres capuchinhos, fez refluir à ocupação das ilhas e redirecionar a população para o continente, desenvolvendo-se, em poucos anos, uma febril atividade agrícola para exportação.
Em 1808, Valença provê de embarcações carregadas de mantimentos e gêneros da terra a passagem da Família Real pela capital da Bahia, completando mais de 200 anos de fornecimento ininterrupto de madeira e produtos agrícolas, bem como de construção de navios para Portugal.
A região viveu, com firmeza, os episódios da Invasão Holandesa na Bahia, em 1624, e da Independência da Bahia, quando abrigou a esquadra de Alm. Cochrane, que viera combater os portugueses em 1823, tendo Valença recebido o título de "A Decidida", por sua participação ao lado de Cachoeira e Santo Amaro. 

Na ilha de Tinharé em frente de Valença, o forte existente teve importância histórica, servindo de oportunidade para os portugueses, espanhóis, franceses e holandeses. Esta fortaleza data do século XVII e foi diversas vezes atacada pelos Aimorés. Um dos principais defensores da fortaleza foi o Capitão Mor Bernardino Sena Madureira no período de 1822/23.
Em 1860, D. Pedro II veio inaugurar a Fábrica Nossa Senhora do Amparo, fundada pelo filho mais velho do Capitão-mor Bernardino Sena Madureira que usava o mesmo nome e era comendador da Ordem de Cristo. Fábrica inovadora tanto na tecelagem de fios finos quanto ao sistema de compotas na expedição, entrada de matérias primas por barcos e saída de produtos aos mercados. Posteriormente, esta fábrica passou a se chamar Valença Têxtil. Vale a pena conhecer em visita, dado a arquitetura ainda em pé da época.

 O casal imperial ficou hospedado entre 21 a 25 de janeiro de 1860 na casa construída pelo capitão mor Bernardino Sena Madureira e deixada para seus filhos Bernardino e Casimiro. D. Pedro II cita com detalhes aspectos e dos serviços da casa no seu livro Diário da viagem ao norte do Brasil, quando demostra sua capacidade de detalhes e críticas.
Foi a segunda fábrica no Brasil a utilizar mão de obra escrava trazida do sul do Sudão e assalariados norte americanos (gerente e técnicos) do Maine e Massachusetts.
Izidro e Bernardino eram sócios de um empresa de construção e reparo naval. Hoje, Valença ainda traz tradição mundial de excelência em reparos de barcos de madeira, mas sem parte do plano estratégico para a região.
Data dessa fase, o funcionamento do barco "Industrial", que transportava algodão para a fábrica e no retorno levava passageiros e carga para exportação, principalmente tecidos. E também se exportava óleo de dendê para o mercado inglês e francês.
No século XIX, o maior exportador brasileiro de óleo de dênde (palm oil) era Izidro Sena Madureira ( barão de Jequiriçá, nome de povoado onde nasceu e se encontra enterrado em mausoléu. Foi quem construiu, em estilo neo-clássico sua casa e adaptou para ser a Casa de Saúde de Valença, que hoje fi totalmente reformada. 
Nos anos de 1970, uma subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional, a Óleos Palma S/A, passou a financiar o plantio do dendê e instalou unidade de processamento do óleo em Valença.


Ilustres figuras da família Sena Madureira

Capitão-Mor Bernardino Sena Madureira
Nascido em maio de 1769 e faleceu em novembro de 1852 em Jequiriça. Pacificador no século XVIII dos índios aimorés, na sua época influente e criador. Construtor de sua residência de estilo arquitetônico refinado que até hoje teses de doutorado em arquitetura citam a casa, por seus  espaços internos, ventilação e iluminação. De fato,  até hoje desponta com requintes curiosos, o teto, as escadarias, as janelas, e a divisão interna. A sala de jantar era no último andar e a copa preparava ao lado da sala de jantar as comidas que vinham da cozinha já preparadas que era no andar inferior por dois pequenos túneis. A sala de música e dança também era no andar de cima.
Os herdeiros desta casa foram Bernardino seu primogênito e Casimiro.

Seus filhos foram:

Comendador Dr. Bernardino de Sena Madureira 
Nasceu no dia 09 de novembro de 1809, no povoado de Jequiricá. Foi juiz de direito desta comarca, renunciou ao cargo de juiz para ser industrial, por ser mais lucrativo, construiu e fundou a Fábrica de Tecidos Nossa Senhora do Amparo no período imperial. Era proprietário com Izidro de uma empresa de reparos e construção naval. Faleceu em 15 de março de 1887. 

Deputado e Desembargador Dr. Casimiro de Sena Madureira
Formou-se em direito em Pernambuco onde fora colega e amigo de José Thomas Nabuco de Araújo, pai de Joaquim Nabuco que este, por coincidência era companheiro de seu filho o coronel Antonio Sena Madureira no Rio de Janeiro. 

Foi Deputado Federal pela Bahia, por três legislatura e suplente de senador.  Foi procurador e desembargador do Tribunal de justiça da Bahia, primeiro diretor geral de ensino e diretor geral dos índios.

É lembrado, também, como primeiro de escolas de estudos.  E pioneiro na arquitetura dos cursos de formação "profissionalizante" no Brasil, que na época era inovador na Europa.

Em 1857, com Diretor Geral dos índios na Bahia, foi designado pelo governo a verificar os conflitos indígenas no sul da Bahia. Em 10/02/1857, Casimiro e o sub- delegado de polícia de Prado reservaram as terras aos índios Pataxó e outras etnias, como legalmente expedito pela Presidência da Província - maço 1857-1864. Foi criada pelo governo da Bahia a área indígena Pataxó-Paraguasú  e legalizada em 1926 e remarcada em 1939, e consta como reserva indígena.

Por coincidência, hoje (2012) do governo Wagner tentam trocar as terras indígenas, mas parece que o STF julgou procedente a reserva. 
 Casou com Elisa de Campos e seus ilustres filhos foram:  Artur, Daniel, Coronel Antonio Sena Madureira, Clarisse, Alice e Mariana Sena Madureira que casou com Virgílio Tourinho de Pinho. Casimiro também era ligado a Igreja Católica e tinha a Ordem de Cristo como comendador.
Dr. Izidro de Sena Madureira
Era também irmão de Dr. Bernadino e Dr. Casimiro. Foi o reformador de sua casa que adaptou para servir como Santa Casa de Misericórdia de Valença, que na época custou, apenas, cem contos de réis e ofereceu à cidade de Valença, para dar assistência aos mais necessitados, a mesma foi inaugurada no dia 30 de setembro de 1860. O Imperador D. Pedro II outorgou-lhe o Título de Barão de Jequiriçá, acredita-se por seu espírito empreendedor. Era grande benemérito e generoso para com as instituições voltadas ao amparo dos mais necessitados. Era um empreendedor no sentido moderno. Em 1878, doou para a cidade cerca de 300 contos de réis para obras de caridade. Esta sepultado em Jequiriçá. Formou-se em medicina e não exerceu a profissão.



Fábrica Nossa Senhora do Amparo
(História da Bahia, ocupação rio Una fornecido Gov. da Bahia)
Localização: Na cidade de Valença, à margem do Rio Una e na altura da primeira cachoeira a contar de sua foz.
Descrição: O edifício primitivo é uma construção de dois pavimentos com planta trapezoidal, recoberta por três telhados de duas águas, dois dos quais, o central e o esquerdo, tiveram suas telhas originais substituídas por chapas de fibrocimento.
Sua fachada é do tipo neoclássico, com janelas em meio-ponto, frontões triangulares coroados por pináculos, estatuetas, etc. O interior é formado por dois imensos salões superpostos, com duas áreas de pés-direitos duplos, em meio a uma floresta de colunas, que sustentam o assoalho e a cobertura. O térreo é atualmente utilizado como filatório. O pavimento superior está desocupado, por não suportar o peso das máquinas atuais.
Dados Tipológicos: Tecelagem de meados do século XIX, acionada, originalmente, por rodas d’água, aproveitando o desnível da primeira cachoeira do Rio Una. Quando D. Pedro II visitou a fábrica, já havia uma comporta que permitia embarcações de porte médio ultrapassarem a cachoeira. Mais tarde foi modernizada com a instalação de turbinas geradoras de energia que, além de mover a fábrica, iluminavam Valença.
Dados Cronológicos:
· 1860 - Bernadino de Sena Madureira funda a tecelagem e depois associa-se a Luiz R. Dultra Rocha Filho formando a Firma Madureira & Dultra. D. Pedro II visita a fábrica no ano de sua inauguração;
· 1869 - É vendida à Firma Lacerda & Irmãos;
· 1872 - Com a morte de Antônio Lacerda, os filhos recusaram-se a recebê-la, devido à má situação financeira da Fábrica;
· 1875 - A Fábrica é considerada pela justiça "bem de casal", sendo entregue a Augusto de Lacerda (filho);
· 1877 - A Firma Moreira, Irmãos & Cia compra a Fábrica N. S. do Amparo e no ano seguinte a de Todos os Santos, englobando as duas fábricas, uma fundição e a uma serraria;
· 1887 - É criada a Companhia Valença Industrial;
· 1899 - A Companhia Valença Industrial é transformada em S/A
· 1996 - A CVI é fechada por obsolescência dos equipamentos, gerando baixa competitividade no mercado.
· 1997 - A fábrica de tecidos volta a funcionar sob nova razão social: Valença Têxtil.





Histórico da casa que pertenceu a Casimiro e seu irmão Bernardino
























A atual Camara municipal de Valença é um belo palacete construído em 1849, pelo Capitão-Mor Bernardino de Sena Madureira.


Sua construção é em parede autoportantes, alvenaria mista de pedra e tijolos ornato. A casa, embora não tenha relevos frontais, apresenta um jardim lateral e cômodo para os quatro lados, denunciando hábitos mais ligados á natureza. Sua planta se estrutura em função de grandes hall central, disposição também encontrada na prefeitura de Camamu, neste caso, sem iluminação zenital. A sala de jantar, em forma de galeria de arcos envidraçados, surge no início do século XIX em solares como o Marback (Salvador) e Vitória (em Cachoeira), na chácara Poci
na e no sobrado à rua Conselheiro Saraiva, 47 em Santo Amaro da Purificação. Esta disposição foi também incorporada a edifícios anteriores, como a casa do Barão Rio Real (Salvador) e o sobrado à rua da Matriz em Santo Amaro.

Uma visita ilustre
Entre 21 a 25  de Janeiro de 1860 esta casa hospedou o Imperador D. Pedro II e esposa.

Descrição técnica e detalhada da casa:
Edifício de relevante interesse arquitetônico, desenvolvido em dois pisos, mais sótão, que aproveita o vão da cobertura de duas águas. Lanternim, em caixilharia envidraçada, proporciona iluminação zenital para um grande “hall” central, em torno do qual se articulam vários cômodos do edifício. O frontispício( fachada central do prédio) possui sete portas, no térreo, sendo a central mais alta , superpostas por sete janelas rasgadas, com balcões em lioz e grades de ferro forjado. Sobre as cornijas, frontão curvilíneas, rasgadas por duas janelas em guilhotina, todas em arcos ogivais. As fachadas laterais têm o mesmo tratamento. A posterior apresenta traçado neoclássico com frontão triangular e vãos em arco abatido ou verga reta. Jarrões marcam as esquinas da platibanda que circunda o telhado do edifício. O seu interior mantém forros e pisos originais e escadarias central em três lançes. O edifício conserva retratos a óleo e mobiliário original, doados por seus filhos. No Jardim lateral dois leões de louca, uma fonte com dois delfins entrelaçados e um pequeno banco com recosto decorado de azulejos brancos, azuis e carmins.

Dados técnicos
Sistemas construtivos e materiais: Paredes autoportantes de alvenaria mista de pedra e tijolos chatos. Lanternim em Madeira.


Localização: Rua Comendador Madureira, 01, em frente ao cais do porto.
Utilização atual: Câmara de Vereadores e Secretaria de Turismo de Valença.
Área Construída: 1.311,00m²
"Descrição da casa: Palacete construído em 1849 pelo Capitão-Mor Bernadino de Sena Madureira para residência de sua família. A casa, embora não observe recuos frontais, já apresenta um jardim lateral e cômodos abertos para as quatro fachadas, denunciando hábitos de vida mais ligados à natureza.
Edifício de relevante interesse arquitetônico, desenvolvido em dois pisos, mais sótão, que aproveita o vão da cobertura de duas águas. Lanternim, em caixilharia envidraçada, proporciona iluminação zenital para um grande "hall" central, em torno do qual se articulam os vários cômodos do edifício.
O frontispício possui sete portas, no térreo, sendo a central mais alta, superpostas por sete janelas rasgadas, com balcões em lioz e grades de ferro forjado. Sobre a cornija, frontão curvilíneo, rasgado por duas janelas em guilhotina, todas em arcos ogivais. As fachadas laterais têm o mesmo tratamento.
A posterior apresenta traçado neoclássico com frontão triangular e vãos em arco abatido ou verga reta. Jarrões marcam as esquinas na platibanda que circunda o telhado do edifício. O seu interior mantém forros e pisos originais e escadaria central em três lanços.
A casa conserva retratos a óleo e mobiliário original, no salão nobre, doados pelo Comendador Madureira. No jardim lateral, dois leões de louça portuguesa do Porto, uma fonte com dois delfins entrelaçados e um pequeno banco com recosto decorado de azulejos brancos, azuis e carmins."
Dados cronológicos

  • 1799- Por carta régia de 23 de janeiro, a povoação do Una é transformada em Vila de Nova Valença do Sagrado Coração de Jesus, instalada a 10 de julho, pelo ouvidor de Ilhéus, Balthazar da Silva Lisboa, que sugerira a criação da Vila por localizar-se próxima aos cortes de madeira.
  • 1849 – Foi elevada a Cidade, com o nome de Industrial Cidade de Valença.
  • 1849 – Data sobre a porta principal, assinada a construção do imóvel pelo Capitão-Mor Bernardino de Sena Madureira.
  • 1852 – Após sua morte a propriedade passa para seus filhos: Bernardino de Sena Madureira e Casimiro de Sena Madureira.
  • 1860 – Entre 21 e 25 de janeiro, D. Pedro II e a Imperatriz D. Tereza Cristina Maria se hospedaram na casa, no salão de cima se encontra retrato de D. PedroII  por ele doado aos proprietários da casa. Na entrada principal encontra-se outro óleo do imperador mandado fazer pelos Sena Madureira.
  • 1878 - O imóvel foi doado ao governo da Bahia.
  • 1888 – O Paço da Câmara é considerado o segundo melhor do Estado, sendo somente inferior ao de Salvador.
Restaurações realizadas
  • 1879 – Embora não exista registro, o edifício, passou por uma grande reforma quando foi transformado em Paço Municipal.
  • 1913 – Notícias de consertos radicais do Paço municipal.
  • 1931- foi remodelado em parte.
  • 1975 – Pintura geral do prédio.
  • 2012 _ Apesar da casa ter sofrido várias adaptações, criaram pequeno espaço na entrada do lado direito, onde estão colocados móveis e demais objetos originais da casa, além disso, os óleos do Comendador Bernardino e do imperador Pedro II







DESENHO COMO OBJETO DE ENSINO

História de uma Disciplina a partir dos Livros Didáticos Luso-brasileiros Oitocentistas, trabalho apresentado na UFRS por Gláucia Maria Costa Trinchão. Onde consta diversas referências a Casimiro Sena Madureira como criador da nova escrutura do ensino médio, e pioneiro no ensino “profissionalizante”no Brasil.
O Desenho como Disciplina Importante para Indústria Baiana – Escola Média”profissionalizante”
Em Portugal, a partir da segunda metade do século XIX, apesar da fragilidade dos sistemas de ensino que se organizavam, o Desenho ganhou espaço significativo no quadro disciplinar dos liceus, mesmo que envolvido nas ciências exatas. No Brasil, as atenções se voltaram para o atendimento da demanda oriunda das classes menos abastadas, com foco na formação da mão-de-obra industrial e o discurso do governo da Bahia se voltou para a criação de escolas médias industriais. A disciplina de Desenho, entretanto, teve destaque incipiente. Vale lembrar que a segunda metade do século XIX foi marcada por acontecimentos que incentivaram a inserção do Desenho no setor educacional em nível mundial. Entre eles, a expansão industrial e as exposições internacionais, principalmente a de Londres, em 1851, que desencadearam a socialização do Desenho com a criação de escolas de Desenho em vários países da Europa, iniciadas na Inglaterra.
Enquanto as outras nações ocidentais corriam para inserir o ensino de Desenho nos seus espaços escolares, entre eles a França, a Inglaterra e até mesmo Portugal, o Brasil, especificamente a Bahia, partiu para ações voltadas à formação industrial apenas a partir da segunda metade do século XIX. Em 1851, os primeiros indícios aparecem demonstrando a necessidade de se incrementar o ensino profissionalizante para atender à indústria e ao comércio.
No plano de estruturação do ensino público nacional, os liceus e o Colégio Pedro II
estavam destinados à formação intelectual da elite e a formar o quadro administrativo da
nação. Na contramão dessa formação, começaram a surgir as Aulas Médias, que tinham o claro propósito de atender às classes menos abastadas, como já fazia o Colégio dos Órfãos, mas no sentido de formar a mão-de-obra técnica que deveria atuar na indústria. Essas aulas médias seriam criadas para atender “os jovens que pretendem antes dedicar- se á indústria, e ao commercio que as Sciências” (MADUREIRA, Relatório, 1851, p. 9). Essas escolas, que podem ser consideradas como sementes para cursos profissionalizantes, eram destinadas a despertar o gosto pelo trabalho e formar mãos de obra técnica.
A idéia de se adotar este tipo de aula média veio com inspiração no que se fazia na Prússia, cujo modelo também foi adotado na Holanda, e em 1833, na França. A escola da Prússia propunha o “ensino dos conhecimentos indispensáveis em indústria, e commercio ao jovem que não se destina a freqüentar as Universidades”. Na França, elas eram denominadas de “escolas de instrução primaria superior” que, na verdade, tinham a mesma finalidade das escolas médias da Alemanha, como afirma Madureira (Relatório, 1851, p. 10). Nessas escolas “além do que se ensina nas escolas elementares, elementos de Geometria e suas applicações usuaes”, se deveria ensinar, “especialmente, o desenho linear, e agrimensura, noções de Sciencias phisicas e de Historia natural applicadas aos usos da vida, Musica elementos de Historia e Geometria da paiz” (Idem). O Desenho Linear e a Agrimensura, portanto, tornavam-se saberes importantes para a formação do quadro técnico pretendido.
Casimiro de Sena Madureira (Relatório, 1851, p. 10), era Diretor de Instrução do governo de Gonçalves Martins, de forma incipiente, foi quem primeiro procurou alertar o poder público sobre a necessidade de se investir em estabelecimentos escolares que fornecessem uma formação voltada para a indústria, “a necessidade de escolas industriaes nos bate a porta”.
Para isso, salientou que até aquele momento “nada temos para isso disposto”. A socialização do saber em Desenho foi por ele estimulada ao mostrar que “as aulas de Desenho applicadas as artes, e de Mechanica applicada concorrem para o ensino, que devem ter os jovens, que se destinão a industria”, porém apenas esses dois modelos de instrução “não bastão para habilital-os” (Idem). A freqüência era muito baixa “Ellas tem sido apenas fraquentada por aprendises menores do Arsenal Guerra onde estão estabellecidas”, e por apenas “4 externos”. A aula de Desenho tinha “21 menores do arsenal, e a de Mechanica” tinha seis alunos. Segundo Madureira “o limitado numero de 4 alunos externos”, mostrava o estado acanhado do “espírito
público para a instrução mais necessária as classes menores abastadas, que tem de viver da industria, principalmente de Agricultura, que he fonte mais abundante da riquesa do Brasil” (MADUREIRA, Relatório, 1851, p. 10).
Dessa forma, Madureira assinala a criação das aulas de Desenho Aplicadas às Artes e a de Mecânica Aplicada como meio de estimular, incentivar e servir de exemplos para o surgimento de futuras escolas industriais. Assinala também que, para isso, essas aulas se mostravam necessárias para o preparo dos professores que poderiam atuar nas futuras aulas médias, essas destinadas a aspirantes à indústria e ao comércio.
As idéias já disseminadas por Casimiro Madureira foram alimentadas e estimuladas por João Mouricio Wanderley, então presidente da província da Bahia. Wanderley propõe também, como forma de suprir uma lacuna entre o ensino primário elementar e o ensino secundário, a adoção do mesmo modelo adotado na Prússia - a criação de Escolas Médias ou de Instrução Primária Superior.
Mais uma vez, o governo reforça o objetivo dessas escolas dedicadas aos “jovens que não tendo bastante fortuna, nem talentos para seguirem a litteratura ou as sciencias, possuem com tudo meios de tomar a nobre carreira da industria”, para que estes não ficassem limitados à instrução primária elementar, que se criassem, então, escolas médias (WANDERLEY, Fala, 1853, p. 28).
Este reforçou a inserção do saber em Desenho nos espaços escolares voltados para o ensino industrial, assim como na gestão de seu antecessor, Gonçalves Martins. O ensino do Desenho seria complementado com elementos de Geometria prática, fornecendo os primeiros dados das profissões industriais com a criação de Escolas Médias. Como justificativa, salienta também que “poderemos fazer um ensaio que nos habilite a fundar escolas industriais de que tanto carece a província” (WANDERLEY, Fala, 1853, p. 29).
O quadro de disciplinas dessas escolas deveria ser formado pelas já criadas para instrução primária. O Desenho Linear já fazia parte desse quadro, tanto no Liceu quanto na Escola Normal. Foram acrescentadas a esse quadro, segundo Wanderley (Idem) e Moacyr (1939, p. 91), Elementos de Geometria – “prática a qual fornece os primeiros dados da profissão”; Ciências Físicas e História Natural – “que nos familiarizam com os fenômenos da natureza”; Música – “que dão à alma uma verdadeira cultura interior”; Geografia – “que nos ensina facilitar a memória”. Os cursos médios deveriam ser criados na capital e nas duas províncias mais populosas como: Cachoeira e Santo Amaro.
Essas escolas criariam alternativas de atuação profissional para alunos dos cursos de
humanidades e da Escola Normal. O ensino do Desenho Linear, o Desenho de Ornato e o Desenho de Imitação faziam parte do curso profissionalizante que já existia no Colégio dos Órfãos de S. Joaquim, na Bahia, que visava garantir meios seguros de acesso ao mundo do trabalho profissional, pois se deveria possibilitar que os órfãos ao “sahirem do collegio teham meios seguros de se empregarem utilmente, e de adquirirem uma profissão na sociedade civil” (WANDERLEY, Fala, 1853, p. 22).
Em relação ao ensino elementar de Desenho, Albuquerque sugere a obra do francês “Francoeur que tem por titulo: Le Dessin linéaire d’aprés la methode de lénseignement mutuel; dédié à la Société d’instruction élémentaire. Paris, 1819”. Albuquerque considerou esta obra como “proprissima para guiar os professores de escola primaria nesta parte de ensino”, mas salienta que seria “necessário promover a sua tradução” (Idem).
Entretanto, até 1852, na Bahia, ainda se tem noticias de que a dificuldade para o ensino do Desenho na Escola Normal estava ainda na inexistência de “compêndio de Desenho Linear em língua nacional”, ficando o professor à mercê de uma apostila do compêndio de Francoeur, traduzindo-o no ato de explicar as lições. Essa situação retardava o processo ensino-aprendizagem, “por haverem alunos mui vagarosos em escreverem o que se lhes dita”, como destaca Casimiro de Sena Madureira, no Relatório enviado ao presidente da província Francisco Gonçalves Martins, nesse ano de 1852 (Moacyr, 1939, p. 93; Madureira, 1852, Relatório, p.13). Durante a pesquisa, encontrei um registro de entrada do Dessin linéaire em
Portugal, sob ofício do dia 18 de setembro, que traz indicação sobre a liberação do livro de Francoeur pela Mesa Censória49 portuguesa, mas só em 1860.
RELATÓRIO sobre o estado da instrução publica da província da Bahia, apresentado ao Exmo desembargador conselheiro
Francisco Gonçalves Martins, presidente da mesma província, por Casimiro de Sena Madureira, diretor geral dos estudos, 1851.)

VIRGÍLIO TOURINHO DE PINHO
Nasceu em 1843 e casou em 21.2.1874 com Mariana de Sena Madureira, filha de Casimiro de Sena Madureira e de Elisa de Campos, irmã do advogado Alfredo Sena Madureira, e do famoso Cel. Antonio de Sena Madureira (um dos fundadores do Clube Militar em 1887, umas das figuras principais da Triplice Aliança e da Questão Militar (1864 a 1888) que veio a antecipar a proclamação da República. Cel. Antonio Sena Madureira veio a falecer em março de 1889, meses antes da proclamação da República e não deixou prole  registrada, apesar de participar do inventário de Casimiro. Alguém recebeu seu quinhão.
Virgílio era filho de Francisco Lourenço Coelho de Pinho, falecido em 1856 em Salvador, e de Luiza Leopoldina de Goes Tourinho. Esta pertencente a tradicional família brasileira. Filha de Manuel Gonçalves Ferreira e de Maria Vitória de Jesus Tourinho que casaram em agosto de 1783, seu pai veio a falecer em 1820.
Virgílio e Marianna tiveram os seguintes filhos: Alzira, Octávio Madureira de Pinho, Bernardino Madureira de Pinho, (falecido em 1950 no Rio de Janeiro, pai de Péricles nascido em 1907, de Demósthenes, e Demades Madureira de Pinho) Alvaro Madureira de Pinho ( pai de Simplício Rubim de Pinho, Antonio Rubim de Pinho nascido em 1915, Maria Rubim de Pinho e Alvaro Rubim de Pinho), Zulmira que veio a casar com Pedreira da Silva ( Cazuza), Maria Constança e Constança Maria.
Alvaro Madureira de Pinho (1882-1953 nascido e médico formado em 1903 em Salvador / faleceu em 1953 em Manaus) casou com Mercedes de Rezende Rubim (neta de Simplício Coelho de Rezende),e, foi o primeiro médico em doenças tropicais no País. Mercedes de Rezende Rubim era filha de Antonio Rubim (advogado e jornalista, nascido na cidade de Grajaú no Maranhão e falecido em Manaus no Amazonas) e Maria Augusta Rezende. 
O coronel Antonio Sena Madureira e o deputado Simplício Coelho de Rezende ( falecido em 1915 em Manaus ) eram inimigos .Tal situação, obrigou Simplício retornar à Teresina no Piauí, tendo em vista algumas ameaças vindas de vários militares lotados no bairro de Realengo na cidade do Rio de Janeiro. 

Simplício, com a proclamação da República foi trabalhar em Manaus. Foi fundador da Faculdade de Direito da Universidade do Amazonas e importante advogado além de professor. Permaneceu ligado à família Real e seu filho mais velho foi secretário de D. Luís, neto de D. Pedro II. Primeiro na linha de sucessão após a renuncia da coroa por parte de seu irmão mais velho D. Pedro de Alcântara.  

Entre os amigos de 1870 até 1899 de Antonio Sena Madureira, encontramos  apesar da diferença de idade Deodoro da Fonseca, futuro presidente do País, mais Cunha Matos e Benjamim Constant.
Coronel Antonio Sena Madureira

QUESTÃO MILITAR
Na realidade trata-se de uma sucessão de conflitos registrados entre 1884 a 1887, criados pelos embates entre oficiais do Exército Brasileiro e a Monarquia, conduzindo a uma grave crise política que culminou com o fortalecimento da campanha republicana.
A composição social dos quadros do Exército, que até cerca de 1850 era formada pela elite brasileira, passou a adquirir contornos populares no período, em função: baixos soldos, precárias condições de vida e da lentidão nas promoções na carreira.
Com a vitória na Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), o Exército saíra fortalecido e prestigiado, passando a formar profissionais comprometidos com a corporação.
“Durante o império havia sido aprovado o projeto montepio, pelo qual as famílias dos militares mortos ou mutilados na Guerra do Paraguai recebiam uma pensão. A guerra terminara em 1870 e, em 1883 o montepio ainda não estava pago. Os militares encarregaram então o tenente-coronel Sena Madureira de defender os seus direitos. Este, depois de se pronunciar pela imprensa, atacando o projeto montepio, foi punido. A partir de então os militares foram proibidos de dar declarações à imprensa sem prévia autorização imperial.
O descaso que alguns políticos e ministros conservadores tinham pelo Exército levava-os a punir elevados oficiais, por motivos qualificados como indisciplina militar. As punições disciplinares conferidas ao tenente-coronel Sena Madureira e ao coronel Ernesto Augusto da Cunha Matos provocaram revolta em importantes chefes de Exército, como o Marechal Deodoro da Fonseca.

Cabe salientar, que as forças armadas eram monarquista na sua grande maioria, mas pelas constantes falta de habilidade dos capitalistas ligados ao Imperador, passaram aos poucos a favor da libertação dos escravos e República. A irresponsabilidade ao longo do tempo dos ministros monarquistas, forçando baixos salários e que obrigatoriedade  do recolhimento do Montepio, que antes não ocorria e enfim mudaram as regras. Isto posto, fizeram que os militares fossem contra o poder em vigor.
Estopim 1
A causa imediata da Questão Militar foram as declarações do Tenente-coronel Antônio de Sena Madureira (1836-1889), oficial de prestígio que privava da amizade do próprio Imperador, que em 1883 se opôs ao Projeto de Lei de autoria do Visconde de Paranaguá, que obrigava a contribuição ao montepio dos militares. Por sua atitude, Sena Madureira foi punido.
     Estopim 2
Em 1884, Sena Madureira convidou uma das personalidades da luta pelo abolicionismo no Ceará, o jangadeiro Francisco José do Nascimento (o Dragão do Mar, que se recusara a transportar escravos em Fortaleza), a visitar a Escola de Tiro do Rio de Janeiro, da qual era comandante. A homenagem ao abolicionista converteu-se em nova punição para Sena Madureira, que fora transferido para à Província do Rio Grande do Sul.
Essa transferência gerou polêmica no meio militar, levando o Ministro da Guerra, Alfredo Chaves, a proibir os militares de travar discussões através da imprensa. O Presidente da Província e Comandante das Armas do Rio Grande do Sul, General Deodoro da Fonseca, recusou-se a cumprir a ordem, e foi chamado de volta à Corte. 

A proibição, porém, acabou revogada e o Gabinete que a emitiu, censurado pelo Congresso Brasileiro. Cabe salientar, que os militares sempre foram, em sua grande maioria, monarquistas, e que com o despretígios e baixos soldos com a falta de negociação do poder, passaram as idéias republicanas.
Caso do Coronel Cunha Matos / Piauí
Em agosto de 1885, durante investigações em um quartel no Piauí, o Coronel Cunha Matos descobriu irregularidades que acusavam o comandante de corrupto. Denunciado o fato, Cunha Matos que pertencia ao Partido Liberal, pediu o afastamento daquele official que pertencia ao Partido Conservador. Por essas razões, Cunha Matos foi violentamente criticado no plenário da Câmara dos Deputados e na imprensa, pelo o Deputado Simplício Coelho Rezende do Partido Conservador, que acusou Cunha Matos de conduta covarde durante a Guerra da Tríplice Aliança.
Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, Sena Madureira também se manifestou, através do periódico republicano A Federação, que era redigido por Júlio de Castilhos, conhecido por suas idéias republicanas.
Júlio de Castilhos, na direção do jornal A Federação, em setembro de 1886, escreveu um artigo intitulado Arbítrio e Inépcia, que denunciava o modo pelo qual a Coroa vinha tratando os militares, sustentando que o Exército Brasileiro era a única instituição que ainda se mantinha impoluta, num ambiente nacional de ruínas.
Adesão da Escola da Praia Vermelha
A sucessão dos acontecimentos envolvendo o Coronel Antonio Sena Madureira e a polêmica veiculada pela imprensa, culminaram com a manifestação dos alunos da Escola Militar da Praia Vermelha no Rio de Janeiro.
Por não discordar com os fatos e com a sua punição, Sena Madureira havia se desligado do Exército. O General Deodoro, por sua vez, tinha sido exonerado e transferido para o Rio de Janeiro.
Na chegada de ambos ( Antonio Sena Madureira e Deodoro da Fonseca ) ao Rio de Janeiro, em janeiro de 1887, foram recepcionados e ovacionados como heróis pelos cadetes da Escola Militar.
O poder ciente de que grande parte do Exército apoiava Deodoro, o governo recuou de sua investida contra os militares e, em maio de 1887, deu perdão a Antonio Sena Madureira, Cunha Matos e Deodoro da Fonseca.
· Bibliografia da História do Brasil
· CARVALHO, José M. de. Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. Editora Cia. das Letras.
· CASTRO, Celso. Os Militares e a República. Editora Zahar.
· SCHULTZ, John. O Exército na Política. São Paulo: Edusp.





Parte do livro de D. Pedro II: Viagem ao Norte do Brasil ( pag. 189 a 192) 


"Dia 1 de janeiro de 1860, na tarde, seu navio avista a Igreja do Amparo. Muito bem situada. Igrejinha  com pinturas pelo Bernardino vê-se daí o farol do Morro de S. Paulo, e a vila de Cairú. A igrejinha é bonita, assim não fosse o teto tão baixo, foi a primeira igreja e o vigário já se viu cercado pelo gentio.

Caminho de Taperoá com plantações bonitas de cacoais, é a maior plantação da comarca assim como o café-----depois da cana tendo se deixado a mandioca. Não cheguei à capela de S. José. Taperoá dista de Valença por 4 léguas.

Chegamos ao morro de S. Paulo com a pirajá forte e de tarde percorrendo a cidade ensopou-me outro. Há uma casa particular  que o Isidro Sena Madureira, às sua custa, para hospital; é suficiente para a localidade; porém foi mal construída na primitiva e as obras materiais ressentem-se dos defeitos antigos. A casa em estou é muito boa e bem arranjada. Pertence aos Madureira ( Casimiro e Bernardino) e sobre a porta tem ---Dois Irmãs----1850.

Citado: 386 ---ISIDRO SENA MADUREIRA, em 1860 seria barão de Jequiriçá em 1860, terminada a visita de D. Pedro II. Informa Laurêncio Lago (Anuário do Museu Imperial vol. XV) ter sido ele um dos maiores filantropos de sua época, e despendeu em obras pias e na construção de um hospital em Valença, quantia superior a cem contos e réis”

Citado: 387 ---DRS. BERNARDINO SENA MADUREIRA E CASIMIRO SENA MADUREIRA eram vereadores à Câmara Municipal. Foram ambos agraciados com a comenda de Cristo, finda a viagem imperial.


Pelo rio leva até a serraria do Bernardino Sena Madureira. Tem 4 máquinas de serrar de 7 folhas cada uma, e 2 de uma, todas verticais e mais 2 circulares tendo folhas num quarto para 31 de diversas dimensões. Serra uma viga de 25 palmos, termo médio, em 10”. Há maquinas para todas as obras de madeira, principalmente portas, janelas e caixilhos, e muito gostei de ver uma para aplainar, de estrado contínuo, que já tinha 4 anos, pela grande rapidez com que trabalha. As maquinas aplainam uma tábua de 25 palmo em 3”e menos. Tem uma comporta que serve para esta fábrica. Serra principalmente cedros, vinháticos e putumujus das terras da fábrica sobretudo. Tem 28 trabalhadores, alguns escravos e o resto nacionais.

O Bernardino já tem belo edifício para a fábrica de tecidos cujas máquinas já mandou vir."











SALVAR COMO
(José Paulo Pinho, email: pine2005@gmail.com, vive na cidade do Rio de Janeiro)